quarta-feira, 2 de novembro de 2016

O BRILHANTE QUE NÃO BRILHA.

O BRILHANTE QUE OS BRAÇOS CRUZADOS NÃO DEIXA BRILHAR.


Os trabalhadores da Feira da Madrugada são pessoas que sabem trabalhar, criar, mas infelizmente não sabem lutar pelos seus direitos. Aqueles direitos que dependem de união e de uma só voz. Não sabem defender-se de aproveitadores que, inclusive lhe oferece grandes vantagens, que quando aceitas, nada acontece, a não ser dor de cabeça e prejuízos.

E assim ela chegou hoje na situação em que se encontra, sem dono, sem uma ordem que realmente resolva os problemas existentes naquele espaço. Espaço que no inicio foi cedido pela União a trabalhadores ambulantes para que pudessem exercer seu trabalho. Era uma região sem qualquer valor comercial e até mesmo residencial, era um espaço largado, abandonado, que dava medo de se passar pelo local.

Depois de dez anos de muito trabalho tornou-se umas das regiões mais valorizadas e cobiçadas da cidade, vendida de forma duvidosa, na forma de concessão, a um grupo de empresários que possuem 35 mais 35 anos para explorar, podendo dessa forma sufocar todos os trabalhadores que ainda sonham com dias melhores na Feira da Madrugada, tempo e dinheiro eles tem, e até colaboradores, e a ajuda do governo Municipal, de malas prontas e cheias, que está de saída, para entrada de nova administração, a única e nova esperança de todos os trabalhadores que dependem da Feira da Madrugada para sua sobrevivência, a organização.

Mas então perguntarmos. Como pode haver organização em um local totalmente desorganizado e bagunçado, sem regras e normas?

Como arrumar uma ordem geral em um lugar onde todos mandam e só lembra-se de seus interesses e nunca do coletivo? Como organizar se ninguém tem tempo de discutir e colocar numa mesa o interesse coletivo? Não existe uma fórmula mágica que resolvam do nada os interesses individuais num local que deveria predominar o interesse coletivo, que acaba sendo o individual de cada um, quando praticado a união.

Como pode um povo vencer sem lutar? Como pode, o povo, cruzar os braços e esperar que alguém faça alguma coisa para ele? Como?

Na Feira da Madrugada tem gente que espera um milagre divino, como se não precisasse correr atrás. Outros esperam que a Justiça, divina, atue no local e traga a harmonia que todos almejam, sem nada fazer. Outros esperam a Justiça dos Homens, que através de uma canetada todos os problemas da Feira da Madrugada estarão resolvidos.

Agora, com a mudança da administração Municipal, um novo motivo de sonhos surgiu, o Prefeito é a nova esperança do povo. A solução dos males e a esperança de boas vendas e sossego para trabalhar, coisa difícil num país que patina num lamaçal de coisas e tomada de decisões duvidosas

Duvido que algo mude, enquanto o povo Feira da Madrugada continuar a esperar de braços cruzados a mudança da situação. O povo tem que se revoltar em ganhar as migalhas que oferecem. Enquanto aceitarem ganhar essas migalhas e não se unir por um bem maior e participar de uma luta legitima e com foco nada vai mudar. Mudar para que? Qual o motivo para mudar? O povo se contenta em ficar com o resto, não quer o novo.

È uma pena, ver um povo lutador e trabalhador ser manipulado e dominado por migalhas, quando é uma força descomunal, que a dispersão enfraquece e a deixa sob o domínio de forças bem mais inferiores, mas que se unem na hora de agir, se torna uma força bruta interesseira, essa é a Feira da Madrugada dos dias de hoje, um brilhante que tem o seu brilho ofuscado.


GRUPO Luta e Trabalho – 01/11/2016


CR – Comissão da Reforma – 01/11/2016